G’day mates! Acho que todo mundo já ouviu falar das “Tiny Houses” hoje em dia, especialmente considerando que questões de sustentabilidade estão recebendo mais atenção do público em geral ultimamente. A ideia de mudar para uma “Tiny House“, parece ótima para aqueles adeptos da nova tendência do “Minimalismo“, que visa reduzir consideravelmente o consumo humano e as taxas de desperdício. O que eu pessoalmente considero uma ótima ideia e, na verdade, muitas vezes sonhei em possuir um desses design residenciais lindinhos.
Já vi alguns projetos muito interessantes e bonitos de “Tiny Houses” ao redor da Austrália e Nova Zelândia, existem na verdade alguns blogs interessantes e canais do YouTube dedicados ao tema, como “Living Big in a Tiny House“. Alguns desses blogs até vendem projetos inteiros por preços baixos (comparando com o preço geral de uma casa), mas com pouca exclusividade em alguns casos considerando que os projetos já são preconcebidos. É fato que algumas pessoas possuem um bom senso de espaço e design, mesmo que não sejam profissionais, e acabam construindo pequenas moradias itinerantes muito interessantes que poderiam ser instaladas em áreas urbanas ou rurais.
Você pode facilmente encontrar exemplos de “Tiny Houses“,” em todo o mundo, especialmente na América do Norte, Europa, Austrália e Nova Zelândia. Alguns dizem que faz parte desse grande movimento ambiental do “Minimalismo“, o qual surge como reação aos altos custos de aquisição de uma casa em uma área urbana nos dias de hoje, especialmente nos grandes centros dos países desenvolvidos, onde os valores das propriedades subiram bastante nos últimos anos. O fato é que as pessoas estão de alguma forma adotando essa nova tendência e no meu ponto de vista ainda vai ficar muito maior!
Em países em desenvolvimento, como o Brasil, o movimento ainda é muito tímido, mesmo que você possa encontrar alguns websites já comercializando as casinhas. Isso acontece provavelmente porque a maior parte da população nesses países ainda luta para conseguir pagar qualquer tipo de moradia. Talvez, as “Tiny Houses” sejam uma boa solução para esses – em alguns casos, superpovoados – lugares?
No entanto, como profissional da indústria da construção civil, com algum conhecimento arquitetônico adquirido ao longo dos anos de estudo, identifiquei algumas questões relevantes em relação a esses tipos de moradias. Vejo problemas principalmente relacionados ao desempenho térmico desses pequenos edifícios que, consequentemente, se relacionam com os níveis de consumo de energia. Considerando que a maioria dos “construtores” que observei, em alguns dos famosos casos mostrados na internet, são profissionais de construção não licenciados, parte deles comete erros relacionados à escolha de materiais, revestimentos de superfícies e orientação solar de edifícios, embora haja também alguns bons exemplos como os mostrados neste post. É necessário ter muito cuidado, porém, com telhados envidraçados expostos e aberturas voltadas para o oeste durante os períodos de solstício de verão. Materiais de isolamento adequados devem ser sempre considerados também, especialmente para os locais de clima frio.
Outra questão que pode ser mencionada em relação às pequenas construções é como as prefeituras considerariam esse tipo de edifício em termos de regulamentação do espaço urbano, uma vez que são itinerantes e não uma moradia fixa. Então, devem ser tratadas como casas móveis, ou como habitações propriamente ditas? E quanto a isso devem cumprir a legislação específica das moradias? E as taxas municipais de IPTU como ficariam? Ainda é baixo custo se você tiver que pagar as taxas municipais necessárias? Ou você poderia considerar que mais pessoas compartilhariam esses custos juntas? As diretrizes do design universal (Acessibilidade) estão sendo consideradas? Essas são perguntas que aparecem hoje e ainda não temos respostas para a maioria delas. Além disso, uma vez que você está reduzindo seu consumo não se esqueça de se livrar do material extra permanentemente, dessa forma você não precisaria de espaços a mais para armazenamento externo, como observado por este interessante artigo da BBC.
Então… em resumo, antes de considerar se mudar para um lugar como essas “Tiny Houses” lindinhas, considere todas as questões envolvidas e avalie se você está fazendo o movimento apropriado ou apenas criando mais alguns problemas para o futuro, especialmente considerando que essa será sua residência permanente e não apenas temporária. ♠
Fontes importantes:
https://www.bbc.com/worklife/article/20190115-the-dirty-secrets-of-tiny-houses
https://www.livingbiginatinyhouse.com/
https://www.shayestinyhomes.com/hazel-tiny-house-design-full-build
https://www.countryliving.com/home-design/house-tours/news/a45229/greenhouse-tiny-home/
http://tinyhousebrasil.com.br/?fbclid=IwAR3s4oKQpNd43CcFZ6vm3tEasMMzcJ0CEhVV5tJbfm8BwFv7j9PPytz6hns
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