Olá a todos! Como estão as coisas? Espero que estejam saudáveis e prontos para um novo ano que acabou de começar.
Iniciei este ano muito bem, tendo a oportunidade de visitar minha terra natal, o Brasil, após quatro anos de reclusão na Austrália por questões de pandemia, país do qual me tornei cidadã no ano passado. Yay! 🙂
O Brasil e sua forma tão especial de vivenciar o espaço me inspiraram de alguma forma e de repente tive vontade de falar sobre Arquitetura Sustentável mais uma vez. Como vocês já sabem eu adoro construções bem integradas ao meio ambiente e esta, o Centro de Pesquisa em Edifícios Sustentáveis (SBRC), localizado em Wollongong, estado de New South Wales – Austrália, é especial por vários motivos:
- Projetado para prototipar e pesquisar uma variedade de tecnologias de construção sustentável;
- O SBRC é água, energia e carbono neutro, socialmente responsável, equitativo, não tóxico e saudável;
- O edifício foi planejado para alcançar vários selos de sustentabilidade e pioneiros na Austrália, incluindo a certificação no programa de sustentabilidade mais rigoroso do mundo – o Living Build Challenge;
- Venceu um concurso de design para abrigar a unidade de pesquisa de sustentabilidade do ambiente construído da Wollongong University;
- O edifício recebeu uma classificação de 6 estrelas Green Star para Education Design v1;
- O SBRC também abriga o Centro Australiano de Qualidade e Confiabilidade de Energia.
O edifício foi projetado pela COX Architecture no período entre 2010-2013 e inaugurado em 2013. Poderíamos afirmar que é um marco para a arquitetura sustentável australiana e talvez também para o mundo.
Em um mundo o qual necessita constantemente de recursos naturais e fontes de energia, considerando que essa busca muitas vezes leva a conflitos violentos entre nações e à corrupção, ter prédios com zero consumo de energia da rede, assim como de água e construídos com materiais reaproveitados pode ser uma ótima opção para tornar-se mais independentes dos mercados controlados por monopólios. O prédio do SBRC definitivamente estabelece padrões para que um dia esse tipo de construção se torne mais comum e viável para todos.
Podemos encontrar como parte do complexo dois edifícios ligados que em conjunto enquadram um curso de água e um corredor paisagístico. O edifício norte inclui um laboratório de com mesas elevadas e o edifício sul inclui espaços de pesquisa, educação, exposição e trabalho. O espaço entre os dois oferece aprendizado ao ar livre e interação social, bem como amenidade da paisagem local, estendida a um jardim de agricultura urbana indígena.
O edifício é dinâmico, flexível e pode ser facilmente adaptado. Apresenta lajes finas norte/sul e sua ótima orientação garante ventilação natural e insolação efetivas. As formas do edifício capturam a brisa do mar do sudoeste à tarde e do nordeste, enquanto beirais e guarda-sóis são implementados para controlar o ganho solar. A cobertura do espaço de trabalho sul e do edifício de exposições atua como a ala de energia primária, enquanto o perfil curvo do vão alto do norte garante o acesso solar ao jardim entre os edifícios – acomodando uma área de experimentação no telhado que fornece uma armadura de teste solar voltada para o norte.
A paleta de materiais busca revelar a riqueza textural do cenário costeiro do SBRC e também celebrar o local. A bricolagem orientou a abordagem de sustentabilidade para a reciclagem de materiais no edifício. Madeiras de pontes reutilizadas, trilhos ferroviários de aço, postes telegráficos abandonados e quatro gerações de tijolos e madeiras locais foram todos reutilizados.
O edifício também incorpora um sistema ‘plug and play‘ que permite que tecnologias experimentais sejam conectadas aos sistemas de distribuição de energia, resíduos e água do edifício. Isso permite que os pesquisadores modifiquem os serviços do edifício e pesquisem o comportamento dos ocupantes.
Como você pode ver, o prédio do SBRC definitivamente poderia ser chamado de “centro vivo“, semelhante a um organismo vivo, para pesquisas em edifícios sustentáveis. Um que se apresenta como flexível e adaptável às necessidades dos pesquisadores e da sociedade. Exatamente como qualquer ser vivo que faz parte da natureza. ♣
Fontes Importantes:
https://www.coxarchitecture.com.au/project/sustainable-buildings-research-centre/
https://living-future.org.au/living-building-challenge/
https://tfespecialreports.com.au/should-beauty-be-a-requirement-for-a-green-building/